Síndrome do Impostor

 


Hoje eu quero falar com você de uma coisa que me atormenta muito, e eu acho que pode atormentar você também, outros escritores e outras escritoras, que é a famosa síndrome do impostor.

Aquele famoso pensamento que a gente tem que nunca seremos capazes de fazer algo, esse sentimento pega muita gente e atormenta muitos escritores e muitas escritoras, que é a gente depreciar o nosso próprio trabalho, depreciar a nossa própria capacidade e não reconhecer que somos capazes sim de produzir. Eu sei que isso afeta todo mundo em pequena ou grande escala, e eu sei que todo mundo em algum momento acha que não está sendo capaz, acha que não tem a capacitação, não tem os estudos adequados para poder estar exercendo aquilo, eu quero falar para vocês que isso é normal.

Por exemplo, eu mesmo acho que 98% dos textos que eu escrevo não estão tão bons, bate aquela dúvida de “será que eu escrevi da melhor forma que eu poderia escrever?” e eu me autossaboto. Aí acaba atrasando um pouco a entrega do texto, atrasando um pouco a minha criatividade, porque a gente começa a botar em xeque a nossa capacidade de escrita.

Esses pensamentos podem vir de qualquer área, quando produzo minha escrita, na área profissional e na área de relações pessoais, em praticamente tudo que a gente faz que depende da nossa capacidade de produzir algo, a gente vem com esse pensamento de: Será que eu consigo? Porque que eu estou fazendo isso, eu não sou capaz. Para quê que eu fui ter a ideia de fazer isso, agora eu estou aqui travado.

Então eu quero falar para vocês pararem e respirarem, se você tiver com algum projeto de escrita que está pensando “meu Deus eu não vou conseguir terminar”, dá um tempinho, não se alto deprecie, para e respira um pouco, tenta observar de outro ângulo, eu sei que é um exercício difícil eu mesmo muitas vezes não consigo fazer esse exercício, mas sempre fico me policiado para fazer.

Essa síndrome do impostor e essa autossabotagem vem bem na hora que eu estou escrevendo um texto, que eu não estou conseguindo entregar aquele texto da maneira que eu quero ou então quando começo a pensar que eu não sou capaz de escrever aquilo que eu imaginei, porque é aquela coisa que na cabeça a gente imagina que é uma catedral e quando vamos escrever no papel acaba saindo um castelinho de areia feito com um balde furado. Quando eu começo a perceber que estou caindo nessa síndrome do impostor nessa autossabotagem eu já paro, aí dou uns dois dias e falo comigo mesmo que não vou escrever esse texto agora, vou maturar um pouco mais a minha ideia e antes de eu voltar a escrevê-lo novamente eu o leio, e aí eu leio do início mesmo, independente do tanto que eu já escrevi e eu vou lendo e me envolvendo, sentido o texto com um novo olhar.

 Aí eu consigo dar continuidade a ele, porque eu vi que o trabalho que eu fiz não estava tão ruim, o trabalho que eu fiz é até competente e eu até consegui ver erros que eu pensei que não tinha no meu texto, aí eu consigo a partir desse novo fôlego desenvolver a minha escrita e deixar essa síndrome do impostor para lá. Porque dando um tempinho de uns dois ou três dias eu consigo ver que sou sim capaz.

É dessa forma que eu estou lidando com a síndrome do impostor, e acredito que a cada pausa e reconhecimento de onde preciso melhorar e reconhecer no que acertei eu vou me tornando um profissional melhor. E eu espero que essa minha forma de lidar com a síndrome do impostor seja uma forma válida para você também, mas, não se preocupa se o que eu faço não funcionar com você, tenta pensar fora da caixinha e tenta conversar com amigos, tenta ver outras formas que as pessoas lidam com esse sentimento até você entender qual a melhor forma para você. Eu dei aqui a minha experiência e eu espero de coração que a minha dica seja válida para você também.

 O importante é a gente estar consciente que nós fazemos isso e perceber quando estamos começando a nos autossabotar e não deixar esse sentimento tomar conta de nós.


Paulo Souza.


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